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Presidente da ABRAMEDE traça planos para gestão 2024-2025 com ênfase na valorização da especialidade e ampliação do número de especialistas
19/03/2024

Atuar pela valorização do médico emergencista, fortalecer os programas de residência e ampliar o engajamento em torno do Título de Especialista. Essas são apenas algumas das metas que nortearão a gestão 2024-2025 da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE), de acordo com a presidente da entidade, dra. Camila Lunardi. Em conjunto com os demais membros da nova diretoria, que tomou posse em cerimônia realizada na última sexta-feira (15), em São Paulo (SP), a especialista tem traçado planos para estreitar laços junto às principais instituições que representam a medicina no País, com foco em pavimentar o futuro da Medicina de Emergência.  

“O objetivo da gestão será a valorização do emergencista. Em 2025, a Medicina de Emergência completará 10 anos. É uma especialidade relativamente nova. Desse modo, é fundamental ampliar o entendimento dos gestores públicos e privados a respeito da qualidade técnica que esse especialista traz para as equipes de emergência. Não temos ainda diferenciais de salário, nem de condições de trabalho. Por isso, nossa primeira meta é estarmos próximos às autarquias que guiam a medicina, para fazer com que o emergencista seja devidamente reconhecido”, pontua.

Conforme salienta a dra. Camila Lunardi, por ser mais pontual e assertivo em seu atendimento, o emergencista contribui para a diminuição dos custos dentro de um hospital. “A manutenção de um serviço de saúde é onerosa. No entanto, no setor de emergência, o médico especialista em emergência é sempre mais preciso, seja em suas indicações de exame ou nos encaminhamentos do paciente de forma geral. Esse conhecimento, quando comparado a um médico sem a mesma qualificação, é um diferencial que traz benefícios à unidade de saúde”.

RESIDÊNCIA – Atualmente, o Brasil ainda não conta um número de emergencistas suficientes para suprir as demandas dos serviços de emergência. Sendo assim, a ABRAMEDE tem como outro pilar a luta pela ampliação e pelo fortalecimento das residências.  “Temos que fazer a lição de casa e espalhar programas de residência em Medicina de Emergência por todo o Brasil. Hoje, os que existem estão concentrados em poucas capitais. Um dos passos essenciais para gerar mais interesse nos médicos em aderirem à especialidade é pleitear novas resoluções – seja no Ministério da Saúde ou no Conselho Federal de Medicina (CFM). Conseguir, por exemplo, uma recomendação para que as emergências sejam necessariamente gerenciadas por emergencistas”, frisa ela.

Para a presidente da ABRAMEDE, medidas como essa visam, inclusive, estimular os residentes e os médicos que já têm carreira estabelecida na área a prestar a prova para obtenção do Título de Especialista em Medicina de Emergência. “É um diferencial conquistar o RQE e exercer a especialidade com o devido reconhecimento legal”.

POLÍTICAS PÚBLICAS – A atualização da Portaria nº 2.048, de 5 de novembro de 2002, também está no rol de itens a respeito dos quais a ABRAMEDE está atenta. A entidade tem sido convidada para participar dos debates iniciais de alteração da legislação, discutindo com o Governo e outras entidades a elaboração de novas perspectivas e novos planejamentos para a Medicina de Emergência. Em janeiro, a diretoria esteve presente no CFM com essa finalidade. No começo de março, ocorreu outra reunião, em parceria com o CFM e o Ministério da Saúde.

“A gente continua em busca de construir essas pontes. Sabemos que a Medicina de Emergência é feita em todos os lugares, seja nas maiores cidades ou nas menores. No entanto, um dos maiores desafios é justamente aumentar o número de emergências no País. Esse patamar é relevante inclusive para pleitear os direitos da nossa especialidade”, afirma a dra. Camila Lunardi.

FUTURO – Em relação ao futuro da Medicina de Emergência aqui no Brasil, a presidente da ABRAMEDE reconhece potencial de crescimento, uma vez que existem oportunidades para os especialistas atuarem em várias áreas, como a Medicina de Emergência Pré-hospitalar, Hospitalar, Aeromédica e em campos voltados à gestão e à pesquisa.

“Quando os gestores enxergarem a diversidade e importância desse trabalho, vamos ter uma sociedade melhor assistida em termos de saúde, com profissionais trabalhando em todas as cidades. Nós somos capazes de realizar um atendimento de uma parada cardiorrespiratória, com excelência, numa cidade ribeirinha, no meio da Amazônia. O que eu vislumbro para o futuro é isso: o médico emergencista demostrando sua capacidade técnica e espalhado pelo nosso País, fazendo a diferença”, avalia.

AGRADECIMENTOS - A dra. Camila Lunardi ainda aproveitou o momento de balanço e reflexão sobre a especialidade para agradecer aos profissionais e amigos que auxiliaram em sua trajetória, desde o seu primeiro serviço, como diarista de Emergência, em Mogi das Cruzes (SP), até chegar à presidência da ABRAMEDE. Segundo ela, há inúmeras pessoas a quem agradecer.

“Entre tantos nomes, quero citar a irmã Monique. Ela era diretora técnica do Hospital Santa Marcelina. A irmã me convidou para ser precipitadora no Departamento de Emergência e, depois, para ser supervisora na primeira residência de Medicina de Emergência do Estado de São Paulo. Além dela, ressalto ainda o dr. Aécio Goes, um excepcional médico emergencista e meu mentor pessoal, que infelizmente faleceu; e o dr. Hélio Pena, ex-presidente da ABRAMEDE. Até hoje, quando eu preciso de um conselho, é para quem eu recorro. Sempre abriu inúmeras portas para mim, um parceiro inestimável. Há ainda vários outros nomes, mas esses em especial foram divisores de águas na minha carreira dentro da Medicina de Emergência”, finalizou a dra. Camila Lunardi.