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Especialistas em Medicina de Emergência fazem recomendações para evitar doenças e dar mais segurança às vítimas de enchentes no RS
07/05/2024

Para auxiliar o povo do Rio Grande do Sul, que sofre as consequências de enchentes causadas por fortes chuvas, a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE) divulga nesta terça-feira (7) uma série de recomendações para ajudar a prevenir os riscos de adoecimento durante esse período de calamidade pública. As orientações são baseadas em evidências científicas e na prática dos especialistas que atendem em prontos-socorros e prontos-atendimentos, entre outros serviços.   

Conforme alerta a presidente da ABRAMEDE, Camila Lunardi, tragédias de grandes proporções têm impactos significativos sobre a saúde da população e a infraestrutura dos serviços de saúde. “Após inundações, por exemplo, é possível a ocorrência ou o aumento do número de casos de algumas doenças, como leptospirose, hepatite A, tétano acidental, problemas respiratórios e transtornos transmitidos por vetores. Além disso, acidentes provocados por animais, afogamentos, traumatismos e choques elétricos também costumam ser verificados”, descreve a médica.

ATENÇÃO À ÁGUA – Para a ABRAMEDE, uma das principais orientações para evitar a disseminação de doenças infectocontagiosas nesse período de enchentes está relacionada a ações preventivas de desinfecção da água para consumo humano. De acordo com a Associação, nos locais em que a rede de abastecimento estiver comprometida, é indispensável que a população consuma água de fontes seguras (garrafas e galões lacrados).

Na impossibilidade de consumir água mineral, é necessário realizar o procedimento de desinfecção caseira da água. Para tanto, é possível aplicar a seguinte fórmula: a cada um litro de água, utilizar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, deixando a mistura repousar por 30 minutos.

CARTILHA - Para outras informações sobre limpeza e desinfecção de caixas d’água, embalagens, utensílios domésticos, pisos, a ABRAMEDE recomenda a leitura da “Cartilha com orientações à população quanto aos cuidados com a água para consumo humano”, elaborada pelo Ministério da Saúde. Clique aqui.

Confira a seguir outras recomendações da ABRAMEDE, com foco na população afetada pelas enchentes:

- Em caso de chuva forte, saia de locais de risco o mais rápido possível. Não existe somente o risco imediato nas inundações, mas também do contágio por infecções, como leptospirose, tétano e outras;

- Pessoas atingidas por enchentes estão mais suscetíveis a adoecer. Por isso, fique atento a sintomas de doenças infecciosas (como diarreia, febre, fadiga e dores no corpo). Caso verifique alguma alteração, procure atendimento médico;

- Ao enfrentar uma inundação, se possível, proteja-se com botas plásticas, roupas resistentes e luvas. Se necessário, não hesite em pedir ajuda aos órgãos públicos e não se coloque em situações de risco;

- Em caso de resgate por barco, sinalize o lugar no qual você se encontra pendurando um pano vermelho ou lanterna no local para auxiliar a identificação por parte da equipe de resgate;

- Os atendimentos em emergência serão mais intensos nesta fase, procure os serviços com consciência;

- Caso sua caderneta de vacinação esteja desatualizada, vacine-se o mais rápido possível. Essa orientação vale para crianças e adultos;

- Em todo o tempo, observe as recomendações das autoridades sanitárias e da Defesa Civil, evitando o pânico ou iniciativas individuais.

INFRAESTRUTURA - Outra preocupação da ABRAMEDE é com a oferta de infraestrutura para os trabalhos das equipes de resgate e de saúde. Segundo Camila Lunardi, devido ao aumento da demanda nas unidades de atendimento, é fundamental que as autoridades públicas deem suporte para o pleno funcionamento das atividades de atenção básica e do atendimento de emergência.

“Há sempre a possibilidade da disseminação de patologias. Por isso, os serviços de saúde precisam funcionar com infraestrutura adequada. Só assim os profissionais de saúde conseguem atuar de maneira ágil, garantindo que a suspeita diagnóstica, os exames sorológicos e o tratamento sejam instituídos precocemente”, frisa Camila Lunardi.