Como forma de celebrar os dez anos de reconhecimento da Medicina de Emergência como especialidade no Brasil, a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE) elaborou o Conexão ABRAMEDE — uma série de encontros virtuais promovida pelos emergencistas em diálogo com outras especialidades médicas. A edição inaugural do projeto, transmitida por meio do YouTube, na segunda-feira (23), abordou a interseção entre a medicina de emergência e a pediatria.
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O primeiro episódio contou com a exposição da aula “Por que a criança não é um pequeno adulto”, ministrada pelo tesoureiro da ABRAMEDE, Vitor Benincá. Em sua apresentação, o especialista elencou tópicos centrais que diferenciam o atendimento de emergência voltado a crianças e adolescentes, tais como: a área maior de superfície corporal, a termorregulação deficiente em neonatos, os sinais sutis em pacientes gravemente doentes, entre outros.
Logo após a explanação científica, a presidente e a vice-presidente pediatra da ABRAMEDE, Camila Lunardi e Patrícia Lago, respectivamente, deram seguimento ao debate acompanhadas do convidado especial da live: o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Edson Liberal. Os três especialistas colocaram em pauta o tema “Medicina de Emergência Pediátrica: a primeira área de atuação em Medicina de Emergência”.
“Muitas vezes, é o atendimento ainda na emergência que define todo o prognóstico. Com as crianças não é diferente! Ter uma emergencista à frente das unidades de pronto-socorro, especialmente quando titulado em Medicina de Emergência Pediátrica, significa ter qualidade assistencial, diminuição de custos e melhores desfechos para o paciente a curto e longo prazos”, destacou a presidente da ABRAMEDE, Camila Lunardi.
Em sua fala, o presidente da SBP ressaltou o aumento progressivo, verificado nos últimos anos, de médicos titulados nesta nova área de atuação. “Precisamos fomentar a busca pela qualificação em Medicina de Emergência Pediátrica, pois o profissional que está na porta das salas de emergência precisa estar capacitado para receber tanto os adultos quanto as crianças e os adolescentes”, frisou Edson Liberal.
Durante o encontro on-line, a vice-presidente pediatra da ABRAMEDE também fez um breve retrospecto da luta pelo reconhecimento da Área de Atuação de Emergência Pediátrica. A aprovação ocorreu em 2015, em reunião da Comissão Mista de Especialidades (CME), integrada pela Associação Médica Brasileira (AMB), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). “Desde então, temos trabalho para conscientizar gestores públicos e privados e fortalecer essa área de atuação, sempre com o intuito comum de fornecer a melhor assistência possível aos pacientes pediátricos”, finalizou Patrícia Lago.