A dengue é um dos principais motivos de consultas nas emergências do Brasil. Ciente disso e diante do aumento de casos no País, a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE) lançou um documento para aprimoramento do manejo clínico de pacientes adultos com suspeita ou quadro confirmado da doença. Elaborada por 16 especialistas da entidade, a diretriz pretende evitar a evolução para formas graves e reduzir a mortalidade da dengue em unidades de pronto atendimento.
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Direcionado a profissionais de saúde responsáveis pela avaliação e manejo de pacientes maiores de 18 anos atendidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), serviços ou departamentos de emergências, o documento apresenta recomendações mais específicas, baseadas em evidências, e focadas em preencher as lacunas existentes no atendimento desses pacientes na emergência.
Ao longo de 67 páginas, os especialistas respondem perguntas pertinentes aos médicos que atendem pacientes com suspeita ou dengue confirmada. Entre as questões abordadas, os pesquisadores explicam, por exemplo, as evidências, benefícios, danos e critérios para intervenções farmacológicas para tratar os sintomas; ultrassonografia à beira do leito para auxiliar na identificação de pacientes com sinais de alarme; reposição com cristaloides ou com colóides; transfusão profilática de componentes sanguíneos; entre outras.
As diretrizes enfatizam que a infecção pelo vírus da dengue pode se manifestar de diversas maneiras, desde formas pouco sintomáticas até casos graves, como a síndrome de choque, uma condição potencialmente fatal. Os especialistas ressaltam que a evolução e gravidade da doença estão intimamente associadas à diversidade do vírus, aos fatores relacionados ao hospedeiro e ao vetor.
O documento da ABRAMEDE destaca que a complexidade do manejo da dengue ressalta a importância crítica dos médicos emergencistas na identificação e intervenção imediatas. Isso se deve ao fato de que, entre as principais causas de morte, o não reconhecimento da doença e o choque não identificado e prolongado estão entre os fatores mais críticos.