Diante do possível aumento de casos de hipotermia devido às baixas temperaturas combinadas com as enchentes no Rio Grande do Sul, a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE) e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) divulgaram novas diretrizes para auxiliar profissionais da saúde no diagnóstico e tratamento desta condição.
“Neste documento, abordamos desde a detecção precoce até estratégias eficazes para enfrentar a crise de hipotermia no Rio Grande do Sul, agravada pelas enchentes e ondas de frio recentes. Avaliamos a ameaça significativa desta condição e detalhamos como as equipes de Medicina de Emergência e Medicina Intensiva podem minimizar os riscos e realizar o tratamento efetivo dos pacientes nestas condições adversas,” explicou Camila Lunardi, presidente da ABRAMEDE.
Leia aqui a recomendação.
No documento "Posicionamento sobre Hipotermia Acidental", os especialistas revisaram as diretrizes mais atuais para o diagnóstico e manejo da hipotermia. As recomendações incluem procedimentos de abordagem pré-hospitalar, transporte, classificação dos níveis de hipotermia, métodos para medir a temperatura central e estratégias para a ressuscitação de pacientes hipotérmicos.
Dentro dessas diretrizes, as entidades enfatizam a importância de garantir a segurança da cena antes de proceder com o resgate e atendimento. Recomendam também que os pacientes sejam mantidos em posição horizontal para evitar movimentos bruscos ou manipulações que possam agravar seu estado.
Em relação ao transporte de pacientes com hipotermia acidental, os especialistas estabelecem critérios específicos: pacientes que apresentam instabilidade hemodinâmica devem ser transportados imediatamente para hospitais terciários, de acordo com a regulação municipal ou estadual. Por outro lado, pacientes sem sinais de trauma, que estejam completamente alertas e apresentem apenas tremores, podem, em alguns casos, não ser encaminhados imediatamente para uma unidade de saúde.
Para tratar pacientes que sofrem de hipotermia sem ferimentos graves aparentes, os médicos seguem procedimentos padrão que incluem técnicas para aquecer o paciente gradualmente. Nos casos mais críticos, onde o paciente necessita de ajuda para respirar ou acesso a veias para medicamentos ou hidratação, são adotadas técnicas especiais para garantir o tratamento enquanto se tenta normalizar a temperatura do corpo.